A situação da lista de espera por leitos e de atendimentos médicos em Caxias do Sul marcou o pronunciamento da titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Daniele Meneguzzi, na tribuna da sessão ordinária desta quarta-feira (26/06), no Parlamento caxiense. Para a profissional, que soma 20 de experiência em gestão na área, a saúde requer enfrentamento de dificuldades cotidianas pelo fato de a procura ser permanente e estar em constante ampliação. “A saúde impõe diversos desafios, pois a demanda sempre vai ser desproporcional à oferta, haja vista a falta de leitos no município”, exemplificou.
De acordo com a secretária, a média de espera por leitos em hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, envolvendo a regulação dos 49 municípios da região, é de 90 pessoas/dia. A destinação e a definição de prioridade dos leitos seguem a gravidade e o tempo de espera e são feitos pela Central de Regulação em funcionamento em Caxias do Sul.
Daniele informa que ocorreu investimento da prefeitura no custeio integral de 34 novos leitos e, em 2023, foram abertos outros 70 no Hospital Geral, graças ao esforço dos diferentes poderes e com verbas parlamentares. Nesse cenário, houve um respiro, mas logo a fila retornou. A secretária ressalta que, na alta complexidade, Caxias do Sul é referência para outros 48 municípios, herança da gestão plena, o que implica em atendimento à população regional. Nesse sentido, da lista de espera de leitos, 60% dos pacientes são de outras cidades e 40%, de Caxias.
A proximidade do inverno, na opinião da secretária, não aflige mais, na medida em que a procura por leitos acaba sendo o ano todo, ainda mais com o envelhecimento e a maior longevidade das pessoas. Para ilustrar, Daniele pontuou que, em março de 2023, foram 2.534 solicitações de internação, enquanto que, em março deste ano, o número saltou para 3.138. “Os pontos que impactam hoje são a condição de saúde da pessoa e a necessidade de atendimento pela complexidade”, constata.
Outra demanda grande e que cresce na casa de 15%, anualmente, avalia a secretária, é por consultas. Para ilustrar, Daniele informou que, em 2021, foram realizadas 411 mil consultas, número que passou de 459 mil em 2023. Ao lado da demanda, a titular da SMS analisa como preocupante o absenteísmo, ou seja, o índice de pessoas que efetuam o agendamento e não comparecem no dia, o qual varia de 10% a 15%.
A questão da falta de médicos também constou na abordagem da secretária, que lembrou do período da pandemia (2020-2021), quando essa problemática se acentuou. Para este ano, ela informou que houve um concurso para contratação emergencial de médicos, além da aprovação pela Câmara da possibilidade de o município contratar empresa que presta mão de obra médica para suprir demandas temporárias, como situação de licença maternidade ou outros atestados de servidores médicos.
Por fim, em sua explanação, Daniele relatou iniciativas e obras que o município já realizou está providenciando na saúde com recursos próprios ou com verbas parlamentares ou de investimentos federais. Entre as quais: implantação do Centro de Autismo; continuidade do atendimento materno-infantil na cidade, agora no Hospital Virvi Ramos; reformas entregues nas UBSs Ana Rech e Parque Oásis; melhorias anunciadas nas UBSs Mariani e Esplanada; e criação das UBSs Estrada do Imigrante, Vila Romana e Caminho do Meio.
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