A Unimed Serra Gaúcha inaugura seu mais novo serviço de atendimento especializado em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em Caxias do Sul. O Espaço Semente, uma extensão da já reconhecida Casa Semente, aberta em 2024, oferecerá intervenção comportamental baseada na Análise do Comportamento Aplicada (ABA). O ambiente contou com investimento de R$ 2 milhões e está localizado junto ao Espaço + Saúde, na Rua Sinimbu, 2590, no bairro São Pelegrino.
O atendimento no Espaço Semente ocorre mediante encaminhamento médico e poderá ser realizado de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h (sem fechar ao meio-dia). A estrutura possui 1.000 m², com 23 salas para suporte personalizado e individual, sendo quatro delas equipadas com sistema de captação de áudio, permitindo acompanhamento detalhado das intervenções realizadas. A capacidade de atendimento pode variar de 200 a 400 beneficiários da Unimed por mês, a depender da carga horária semanal.
A coordenadora do Espaço Semente Unimed, Rosani Graebin, explica que as intervenções do novo serviço se complementam aos oferecidos na Casa Semente e que, conforme a necessidade, os pacientes podem receber tratamento em ambos os espaços. Ela complementa que o novo ambiente ainda foi projetado para favorecer o desenvolvimento das habilidades de cada criança e adolescente.
“Na Casa Semente ocorre o atendimento multidisciplinar com psicólogas, fonoaudiólogas, psicopedagogas, terapia ocupacional e fisioterapia. Então, os pacientes que já estão em tratamento podem ser encaminhados para intervenção comportamental no Espaço Semente e seguir em ambos os tratamentos. Os dois serviços atendem crianças autistas, de acordo com a prescrição médica”, explica.
No Espaço Semente, o cuidado com as famílias dos pacientes também foi considerado. No local, foi criada uma recepção para os pais, que dispõe de acesso à internet e área para que possam realizar atividades remotas enquanto aguardam.
Ampliação que melhora os resultados
Diferente da Casa Semente, o tratamento no Espaço Semente é mais intensivo, permitindo que os pacientes recebam terapia aplicada de 10h, 15h e 20h semanais, conforme a prescrição médica. De acordo com o diretor da Medicina Preventiva da Unimed Serra Gaúcha, Dr. Roger Weingartner, o novo serviço amplia as intervenções, oportunizando um tratamento ainda mais adequado.
“Nosso objetivo no Espaço Semente é oferecer um cuidado completo para as crianças e adolescentes com TEA. Ele veio para reforçar um ótimo trabalho já realizado na Casa Semente. Nos mesmos moldes, aumenta a nossa capacidade de atendimento, além de manter um padrão alto de qualidade de assistência em saúde”, reitera.
Intervenção comportamental ABA
A intervenção comportamental ABA tem como objetivo o desenvolvimento de habilidades, reduzir comportamentos inadequados e aumentar a autonomia dos pacientes com TEA. No total, serão oito supervisores e 50 profissionais aplicadores ABA, para suporte individual.
“A ABA tem como foco o progresso individual. Cada criança é única e o plano terapêutico é pensado para atender as necessidades específicas dela. Alguns exemplos são ensinar interações positivas, como compartilhar e manter conversas, e auxiliar no desenvolvimento de habilidades relacionadas à escola, como leitura, escrita e solução de problemas”, salienta a coordenadora, Rosani Graebin.
O modelo terapêutico aplicado no Espaço Semente Unimed inclui o acompanhamento contínuo dos progressos, com gráficos que registram o desempenho individual dos pacientes e ajudam os profissionais a ajustarem as intervenções conforme necessário. Todas as 23 salas são equipadas com brinquedos e materiais interativos, que podem ser adaptados às demandas específicas de cada criança, promovendo um cuidado personalizado e eficaz.
O que é TEA?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma alteração no neurodesenvolvimento que está relacionada às esferas motora, linguística e comportamental. Ele tem início nos primeiros anos da infância e persiste na adolescência e vida adulta, embora seus sintomas possam reduzir de modo considerável mediante tratamento. Cada pessoa com TEA apresenta um diagnóstico singular, ou seja, precisa de atenção e tratamento individualizados.
O TEA é caracterizado pelo déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, ou até mesmo antes, em casos mais graves.
